sexta-feira, 2 de novembro de 2012

~ “Um Doce Nada” ~

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Vivendo um vazio.

Abriu-se um enorme buraco negro em meu peito.

Sugou meus sentimentos, sugou muitas pessoas.

Deixou-me sem amigos, sem esperança

Reina a desconfiança.

Me sinto só, em meio a bilhões de pessoas.

Habito o meu quarto.

Habito as minhas ilusões.

E cada vez menos agradeço a realidade.

Mãos discam por um número.

Não posso ligar. Não tenho um psicólogo.

Não quero, não posso precisar disso.

Eu sou normal, eu sou normal, eu sou feliz.

Súplicas, implorações.

Choros absorvidos.

Lágrimas internas. Tudo está cinza e vazio aqui dentro, e por fora tudo aparenta estar bem…

Até quando?

Até quando irei suportar sem explodir?

Sou instável.

Sou uma constante mudança de turbilhões de pensamentos e achismos.

Nunca há certeza. Sempre em pé na corda bamba acima do muro.

Dividida entre o que pode e o que não se pode fazer.

Entre o que eu deveria estar fazendo versus o que eu estou realmente fazendo.

Tudo é prejudicial.

Nada esta certo.

Nada vai me fazer bem, mas eu simplesmente faço.

Deixo de fazer coisas que gostaria por saber que fariam-me um mal maior e trariam me mais problemas.

Deve ser por isso que estou realmente sozinha.

As pessoas aproximam-se de mim superficialmente.

Sou a boazinha que executa todos os favores e aguenta calada, suporta calada.

Tento ser legal, sem receber nada em troca e isso é ruim.

Sinto ciúmes.

Sofro calada.

Morro de ciúmes.

Morro calada por dentro pouco a pouco por esconder quem eu sou.

Não quero ficar mais sozinha do que já estou.

As pessoas teriam medo de se aproximar, deixa, não quero contaminar ninguém com o meu melancolismo.

Tudo o que eu quero eu não posso ter.

Eu tenho que esperar…

E essa maldita espera só me corrói e quando essa chega ao fim.

Só me fode.

É! Dane-se as palavras.

Ah é! Esqueci de avisar,

Tenho a boca suja.

Sou higiênica por fora, mas meus pensamentos são podres, e minhas palavras doces, são fora do prazo de validade.

São ditas da boca pra fora,

São por educação e não por sentir de fato.

Ah, eu não sinto coisas puras…

Eu escondo tudo o que é bom.

E na hora que se deve falar, saem apenas as sujas, as inescrupulosas, e as horríveis palavras.

E esse texto?

Ah eu apenas digito.

Só pressiono teclas.

Dedos movidos pelas primeiras coisas que surgem-me a mente.

Pois essas meu caro… Ah! Essas sim são as verdadeiras.

Meus dedos doem, mas eu não paro, continuo sorrindo, tenho que falar, tenho que desabafar.

Deveria levantar e ir comer alguma coisa. Mas continuo aqui. Algo me prende. Mas tudo bem.

Não quero jantar mesmo, quero sumir.

 

►NowPlaying: Take Me Somewhere Nice – Mogwai

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