domingo, 27 de janeiro de 2013

~ Eu Só Queria Desaparecer ~

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Eu tentei não entrar em problemas, mas você sabe, eu devo ter vindo com algum defeito na cabeça.

Eu não me lembro de ter passado o Réveillon vestida de puta.

Porque esse ano, já começou me fodendo de um jeito como se eu o tivesse chamado como uma puta masoquista.

- Venha e me foda! Mas me foda muito, isso! Me machuca, me derruba, diga que eu não presto!

Eu não quero que tudo aconteça de novo, que volte a ser a mesma merda que foi o ano passado. 

Sim estou sendo chula, o mais chula e o mais baixo calão possível, não sei mais como expressar o que sinto de maneira formal e culta.

Eu tenho raiva, eu tenho ódio de seja lá o que for que faz com que casos e acasos procedam desta maneira.

A vida dá um ‘docinho’, me iludo e sigo a rotina feliz, esperançosa, cheia de boas energias. Pra depois tudo ficar amargo e ainda ser empurrada pro mais fundo buraco negro, sujo e vazio. Lá de alguma forma encontro algum jeito de sair e retroceder a rotina.

Mas a cada ano, a cada dia que passa fica mais difícil encontrar essa tal coisa.

Por que eu teria que me acostumar e ficar feliz com a vida que tenho? Se ela me desagrada mais do que me agrada em retorno?

Ficarei grata e sorridente em raros dias pra poder depois ‘apanhar’ com todos aqueles pensamentos que tanto odeio mas que são verídicos?

Foda-se energia positiva, energia negativa, pensamento atrai isso, pensamento atrai aquilo…

Eu quero mais é que peguem todas essas energias e fraseszinhas de ajuda e enfiem no cu. Só sabem falar, e nada vejo mudar.

O que é o meu caso. Já deve ser o meu tricentésimo texto gigante reclamando da minha vida, de quem eu sou. E o que eu fiz pra mudar?

Eu fiz. Eu tentei. Eu fiz o que estava dentro da minha vontade, dentro da minha motivação. Eu tive poucas motivações, havendo dias em que era nula.

Assistindo noticiários todos os dias, como as pessoas ainda ficam felizes em viver? Como que… Continuam conformadas? Como podem achar aquelas notícias… Normais e indiferentes?

Esse é um dos motivos de ter muitas vezes desistido de estudar… A cada aula de história e de geografia, um rombo abria-se em meu peito.  

- Eu vou me matar de estudar pra tentar ajudar pessoas assim? Devo ter peças faltando, com algum defeito porque eu não consigo me conformar, eu não consigo aceitar que convivo com pessoas assim! E esse mundo corrupto? Vão roubar minhas ideias, ou irão transforma-las em algo ruim só pra lucrar em cima delas… E se eu tentar impedir vão apenas me matar e farão acreditar que nada aconteceu anos depois.

Eu demorei. Eu demorei muito para cair na real. E quando finalmente caí… O tombo foi terrível. 

Eu não acreditava em mais ninguém, e muito menos em mim. Eu só queria dormir e acordar em outro lugar, recomeçar uma outra vida, com pessoas totalmente desconhecidas.

Vontades… Como sempre apenas vontades, e o maldito medo de tudo dar errado, de dar merda, que me persegue em todo momento. Ah é! Não podia esquecer da participação especial da minha família, que também sempre contribuíram todo dia pra isso acontecer. Citando cada consequência de cada ação minha, ameaçando cada plano que fazia. Também não podemos esquecer das brincadeiras, sim, não só pelos meus colegas, mas pela minha família eu também era zoada. Quando eu me estressava então, aí sim que eu me tornava motivo de piada.

Encaram até as poucas frases depressivas que já disse em público como piada… Realmente fica difícil mudar alguma coisa quando se nunca é levada a sério. 

Eu sou uma piada, um alvo de críticas e comentários que me irritam a cada realização nova que tento mostrar, e muito menos recebo por isso. Quanta coisa ruim não é?

Bom, até que no final eu tomei algum jeito… Eu encontrei bons amigos, eu me acostumei com certas coisas… Mas foi tudo tarde demais. E agora, como devo dizer o que houve comigo pra minha família? Ah é, acho melhor eu dizer que não queria nada mesmo, que fui uma adolescente idiota como tantos outros por aí, e ignorei as responsabilidades. 

Sinceramente já tive vontade sim. Mas o que faria caso abandonasse-as? Droga, não quis abandonar a tal comodidade. Os olhos pesam, mas sinto como uma obrigação em escrever sobre isso… Preciso de um roteiro, afinal eu falando demoro tanto pra formular as ideias… Que acabo me perdendo, gaguejando… Escrevendo eu posso ler e reler e apagar aquilo que não se encaixou. Falando só redizendo toda a frase e aí o interlocutor acaba perdendo todo o interesse eu fico sem graça e me sinto uma idiota. E acabo rindo de nervosismo. Feito uma retardada.  

É por isso que desperdicei tanto tempo em redes sociais… Eu conseguia debater, mostrar a minha opinião com clareza digitando tantas coisas… Eu via imagens e vídeos de cada cantinho perfeito do planeta em que gostaria de estar e fotografar. Eu ria descontroladamente com tantas coisas idiotas e piadas que compartilhava… Que além de me fazer rir, me aproximou de tanta gente…. Eu descobria, tanta coisa que me interessava e sonhava em estar fazendo tudo isso…

Só que mais uma vez terei que esperar… Tudo o que eu mais sonhei na tal Virada… Desintegrou-se, virou pó, eu me iludi mais uma fodida vez. E estou uma mescla de sentimentos ruins. Tenho raiva, tristeza, tenho uma coletânea de decepções e lembranças deprimentes de toda uma vida feita mais de desilusões do que de pensamentos positivos levando-me a conquistas que realmente ansiava. Estou vazia, não só porque perdi a fome, mas vazia de esperanças, de alegrias, e de vontade de continuar vivendo. Estou apenas sobrevivendo no momento. Estou num Limbo feito de mentiras. Escondo tanta coisa de quem vejo todo dia. Pois sei que quando dizer tudo vai mudar. Pra pior. O pesadelo que vivo mora somente dentro de mim, mas quando eu contar pra todos, O que será que vai acontecer? O que vão tentar fazer comigo? Mas tenho medo e não sei como dizer tudo isso que vive aqui dentro mas que acabei de digitar.    

- Vá lavar uma louça e pare de reclamar. Olhe quantas crianças passando fome! E você aí…

A louça eu lavo todo dia. As crianças passando fome… Por favor, parem de transferir a culpa do sistema capitalista selvagem, dominado por grandes empresários que só lucram em cima de guerras civis e explorando trabalhadores e recursos naturais, guardando tudo para si, um mundo onde alimentos são mercadorias e não um direito de todo cidadão… Não deposite essa culpa na depressão de pessoas comuns só porque tem acesso a internet pra se expressar.

A minha felicidade não está na infelicidade dos outros. 

Mas sim na mudança dessa maldita rotina criada por essa merda de sociedade e na realização dos meus desejos, eu quero viver meus anseios na realidade! Não quero precisar dormir pra poder ver as coisas que me deixam feliz acontecendo! 

 

►NowPlaying: Summertime Sadness – Lana del Rey

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