segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

~ Refúgio ~

 

2012-12-04-932 ps

Após tanto tempo, pude voltar a usar o computador nas horas as quais costumava a usar e inclusive fazer muitas das coisas as quais fazia nessas horas.
Os assuntos diversos com minha melhor amiga também blogueira, as milhares de fotografias e gifs no tumblr, Uma dashboard e uma timeline mais limpas, melhores selecionadas, e alguns mesmos desejos e pensamentos…
São coisas que sempre irão confortar-me. Distrair-me.

Vivo falando sobre mim. Na maior parte do tempo, criticando minhas atitudes, mas dessa vez, eu não quero criticar-me, estarei impassível. Apenas irei ‘ME’ explicar.

Sim, às vezes nem eu entendo-me, inclusive releio muitos dos meus textos. É como já disse, sou inconstante. Por mim, eu faria de tudo. Estudaria tudo. Conheceria cada pedaço de civilização, experimentaria cada noção de comportamento. O que eu posso fazer se sou curiosa? Dane-se se esta um dia matar-me.

O que impede-me de muitas explorações é o medo. Vou melhor detalha-los:

Eu tenho um medo tremendo de qual impressão eu irei causar nas pessoas.

E esse é um dos meus maiores medos, causar uma má impressão nas pessoas e ao mesmo tempo assustá-las com o meu verdadeiro jeito de ser.

Também sou detalhista. Extremamente detalhista. O que impede-me de ser uma metódica perfeccionista é a minha preguiça. Porém, em relação á composição e edição de minhas fotografias, pode ter certeza que estas são impecáveis.

A noite faz com que eu liberte todas as minhas filosofias, palavras inspiradores e bonitas. É uma pena que pela manhã isso não aconteça. As aulas que mais me motivam a acordar cedo são as de humanas.
História, Geografia e Literatura despertam o meu ser. Mas eu tremo. Sim, eu perco a coragem. Pensamentos, críticas e soluções mundiais fervilham dentro de mim. E quando eu crio a coragem de perguntar e o professor e toda turma voltam seus olhares até mim… Eu tremo. Penso em tantas frases que até um presidente aplaudiria-me, ok, nada de exageros – risos, mas tudo o que sai de minha boca, são o que qualquer adolescente diria. Mais uma vez a insegurança.
A frase inteira é reformulada no ato da fala por medo do que as pessoas iriam comentar a respeito de minha opinião.

Irei analisar este meu medo. Acredito que isto venha de traumas durante minha infância. Eu sempre fui do tipo que falava exatamente tudo o que pensava. Eu me metia em todos os projetos. Queria saber de tudo, queria tentar agradar e ajudar a todos. A vontade ainda existe. Mas hoje fico apenas na vontade. Algumas vezes aconteciam coisas boas. Mas na maior parte aconteciam coisas ruins. Hoje em dia lembro apenas das mais marcantes porque eu de uns tempos eu passei a deletar de minha memória tudo de ruim que acontece comigo. E é por isso que ainda amo a pessoa que mais me fez sofrer até hoje, fui trocada, traída, zoada. E ainda amo. Por que? Só lembro dos bons momentos. Só lembro de seu lado doce. Só lembro das palavras doces… Mas esse texto milagrosamente não é para falar sobre ele e o que eu sinto pelo dito cujo.

As consequências ruins deste meu lado… Era que sempre mandavam me calar a boca. Recebia apelidos, justamente por conseguir atrair muito a atenção. E como as minhas reações quando era magoada ou contrariada sempre foram bem escandalosas, esta era a receita para o maior entretenimento de todo o colégio: Rir de minhas atitudes.

Era apelidada, provocada, todos faziam de tudo para me tirar do sério. Até hoje é assim mas com uma intensidade menor, algo tolerável entre amigos pois aprendi a me defender. Coisa que não acontecia antes, minha vontade era de aniquilar todos, era de sumir.
Eu conto nos dedos de uma única mão quem eram meus verdadeiros amigos naquela época. Mas acho que o único que eu gostava de verdade eram os meus videogames mesmo.
Mas no fundo o meu desejo era apenas querer ser ouvida e compreendida. E não ser um simples motivo para rir.
E para completar…. Por ser mais nova, as meninas de minha turma sempre eram as mais atraentes, as que possuíam o melhor corpo, as que possuíam as melhores maquiagens e acessórios. Enquanto eu preferia gastar dinheiro com videogames e bonecas.

É aí que surge outra insegurança minha. O meu corpo. Como entender alguém que não aparenta sua verdadeira idade.
Isso é bom. Ser mais nova…. Mas até quando isso será tão bom?
Seria tão bom assim ter idade adulta mas corpo de criança?
Fico impressionada com as adolescentes de hoje em dia que possuem corpos que pensava que teria quando fizesse dezoito anos…
Grande coisa fazer dezoito anos… Ô!
Muitas pessoas não fazem ideia do que é ser rejeitada ou zoada por causa do seu corpo…
E quando digo corpo, não estou me referindo apenas aos meus caracteres sexuais secundários… Mas sim, ao meu rosto, a minha pele, ao meu cabelo, a minha cor…
Nada se encaixa no padrão. E as pessoas gostam de padrões…
Quanto mais se envelhece piores as coisas ficam. Realmente. Necessito concordar com muitos autores.

Existem tantas outras coisas pra se falar mas… Estou cansada. E estou odiando este texto. Odeio falar sobre mim. Gostaria de poder ser eu mesma. Mas deste jeito eu provavelmente ficarei sozinha.
Mas quem se importa?
Se dizem que deve se amar primeiro para que outras possam fazer o mesmo por você…
Como fazer isso se a cada dia que se passa eu acabo fazendo alguma coisa que faz-me gostar menos ainda de mim?    

Droga. Acabei criticando-me de novo. Esconder minhas imperfeições, além de ser caro, é cansativo.

 

►NowPlaying: Under Pressure - Queen

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