terça-feira, 4 de dezembro de 2012

~ Fuga para Avalon (Utopismo nº2) ~

marian_by_dashinvaine-d32r09j

Os respingos da terra molhada colorem de marrom as minhas vestes.
o tilintar das minúsculas argolas de metais entrelaçadas de minha armadura.
Galopadas ofegantes.
Precisava largar a minha vida passada.
Era necessário abandonar aquele vilarejo.
Sentia o fruto de meu ventre remexer-se.
Era uma sensação prazerosa.
Porém preocupante.
O pai havia ido para o campo de batalha.
Não era otimista, eu não poderia ser.
Provavelmente já estaria morto por melhor que fosse embainhando sua espada.
Lágrimas escorriam para os meus cabelos, mudavam o seu curso natural por causa do vento.
Pedia a deusa para que ela ouvisse as minhas preces.
A Igreja jamais saquearia a minha crença.
Que as brumas de Avalon chegassem aquele lugar e permitissem a vitória ao meu povo.
Que o meu marido pudesse pelo menos encarar os olhos de sua prole ao menos uma única vez.
Realizava estas súplicas enquanto abandonava o vilarejo. O meu passado ficava para trás.
Não era seguro. Eram animais e não homens quando perceberam que havia uma mulher sozinha. Uma viúva.
Não poderia correr o risco.
Que este cavalo possa levar-me para o refúgio.
Que possa levar-me para os únicos braços a qual me deitarei.

 

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